O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) afirmou nesta semana, em entrevista à GloboNews, que o pastor Silas Malafaia “quer ser preso” ao manter ataques contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar, que também é pastor da Assembleia de Deus, declarou que não há elementos para caracterizar perseguição religiosa no caso.
“Seria perseguição religiosa só se o pastor Silas estivesse no inquérito da Polícia Federal porque estava orando, evangelizando em praça pública, pregando a palavra de Deus. Não é o caso”, disse Otoni durante participação no programa Estúdio I. Segundo ele, a narrativa apresentada por Malafaia busca vitimização diante das investigações.
As declarações ocorreram após o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo depor na Polícia Federal e voltar a classificar Moraes como “ditador”. Em sua manifestação, Malafaia reiterou que não teme uma eventual prisão.
Trajetória recente
Otoni de Paula foi vice-líder do governo Jair Bolsonaro e da bancada evangélica no Congresso. No entanto, distanciou-se do núcleo conservador depois de não ter sido escolhido por Bolsonaro para disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro em 2024. Desde então, tem defendido que os evangélicos não devem estar vinculados a partidos ou lideranças políticas específicas.
Em 31 de outubro de 2024, o deputado participou de ato no Palácio do Planalto, onde orou pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a sanção da lei que instituiu o Dia Nacional da Música Gospel. Na ocasião, afirmou que os evangélicos “não têm dono”, frase que gerou reação de Malafaia e de outros aliados de Bolsonaro.
Relação com o governo
Após esse episódio, o nome de Otoni chegou a ser cogitado para ocupar um ministério no governo Lula, dentro da estratégia do Planalto de ampliar o diálogo com o eleitorado evangélico. Apesar das especulações, o parlamentar afirmou que não pretende apoiar Lula em 2026. Em entrevistas recentes, declarou preferência pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) como alternativa política.
Fonte: Gospel mais