Michael Tait, cantor de 59 anos conhecido por sua atuação nas bandas cristãs DC Talk e Newsboys, está sendo acusado de agressão sexual por diversos homens, incluindo um menor de idade à época dos fatos. As denúncias foram publicadas pelo jornal The Guardian em 13 de junho, com base em uma investigação de vários meses, que ouviu ao menos 25 pessoas ligadas à cena da música gospel nos EUA.
Segundo a reportagem, as acusações envolvem episódios ocorridos entre os anos 2000 e 2010, incluindo alegações de que Tait teria drogado e estuprado um jovem de 17 anos, além de praticar atos sexuais não consentidos com outros homens em contextos marcados por álcool e drogas. As vítimas tinham entre 13 e 29 anos à época dos supostos abusos.
Shawn Davis, que autorizou a publicação de seu nome verdadeiro, declarou ao The Guardian que conheceu Tait em 2003, aos 16 anos, e que o cantor lhe forneceu bebidas alcoólicas e o apresentou à cocaína. Um ano depois, Davis afirma que foi drogado e violentado sexualmente pelo artista. “Esse homem destruiu minha vida”, afirmou.
Outro entrevistado, identificado apenas como “Gabriel”, relatou ter sido abusado aos 19 anos após suspeitar de ter sido drogado. “Tait foi apresentado como o ápice da piedade”, disse. “Usar a fachada da sua retidão para cometer pecado me fez abandonar a minha fé por um tempo.”
O cinegrafista Israel Anthem relatou ter sofrido assédio sexual de Tait aos 13 anos. Ele também afirmou ao The Roys Report que o comportamento do artista era amplamente conhecido nos bastidores da música cristã em Nashville: “Existem três tipos de pessoas: aquelas que conhecem as histórias, aquelas que acreditam nelas e aquelas que, mesmo conhecendo a verdade, continuam a trabalhar com ele”, disse.
As novas denúncias reforçam um relatório anterior publicado pelo site The Roys Report em 4 de junho, que já apontava condutas predatórias de Tait com base em depoimentos de mais de 50 fontes.
Em 10 de junho, Tait publicou uma declaração em seu perfil no Instagram, intitulada “Minha confissão — 10 de junho de 2025”, na qual reconheceu parte das alegações. “Relatos recentes sobre meu comportamento imprudente e destrutivo, incluindo abuso de drogas e álcool e atividade sexual, são, infelizmente, em grande parte verdadeiros”, escreveu.
Ele admitiu ter abusado de substâncias por duas décadas e declarou que “às vezes, tocava homens de forma sensual indesejada”. Embora tenha contestado detalhes pontuais, afirmou que não discorda da substância das acusações e pediu perdão às pessoas afetadas: “Sinto muito mesmo”.
Tait afirmou ter deixado o Newsboys em janeiro para iniciar tratamento e que concluiu seis semanas de reabilitação em Utah. Sua saída da banda aconteceu dias após um vídeo viral no TikTok levantar questionamentos sobre sua sexualidade.
Após as revelações, os membros do Newsboys divulgaram uma nota em que expressaram surpresa com a gravidade das acusações. “Quando ele deixou a banda em janeiro, Michael confessou para nós e para o nosso empresário que ‘estava vivendo uma vida dupla’. Mas nunca imaginamos que pudesse ser tão ruim”, escreveram.
Redes de rádio cristã como a K-LOVE e outras estações suspenderam a execução das músicas do cantor. A vocalista da banda Paramore, Hayley Williams, publicou uma crítica à indústria da música cristã, alegando que casos como o de Tait são exemplos de “pecados acobertados” há décadas. “Espero que a indústria do CCM desmorone”, afirmou.
Até o momento, não há confirmação oficial de abertura de investigações criminais públicas contra Michael Tait. As autoridades competentes não se manifestaram formalmente sobre o caso, de acordo com informações do The Christian Post.
Fonte: Gospel mais